Existe um esforço conservador para podar certas formas específicas de protesto, e certos alvos específicos de ataque. Por que?
Até que ponto podemos dizer que o caráter político das igrejas está desvinculado de seu caráter religioso?
"Sinto avisar às pessoas desavisadas, mas a revolução não será bonitinha. Ela não prestará respeitos baseados em falsas equivalências, como a de supor que uma mulher quebrando os símbolos de uma instituição que ativamente a oprime há mais de mil anos tem o mesmo peso dessa opressão, de forma que a reação desta mulher desqualifica a sua luta por direitos."
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"Não é no mínimo curioso que liberdade religiosa seja, ao mesmo tempo, a liberdade de oprimir e a liberdade de calar quem está sofrendo a opressão? Não é no mínimo engraçado que, ao mesmo tempo, a liberdade religiosa seja a capacidade da Igreja de se organizar para atacar nossos direitos, e a liberdade dela não ser contestada por nós? É preciso questionar o que essa liberdade religiosa é atualmente, se é assim mesmo que a queremos, e se é do Estado que queremos que ela parta."
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"A Igreja Católica, e grande parte das igrejas evangélicas, são instituições reacionárias, que ativamente perseguem os direitos de pessoas, ativamente avançam uma agenda conservadora de privação de seus direitos, e que estão interessadas em reter dinheiro e de exercer influência conservadora contra os direitos de mulheres, pessoas sexodiversas e do povo de santo. Estas igrejas são forças opressivas e organizadas contra as minorias, e isso significa que são o inimigo. É preciso ter isso claro e parar de fazer rodeios em volta da “liberdade religiosa”. Formas de organização política que ativamente atacam os direitos de minorias não são meramente uma “religião” a ser protegida, porque opressão não é liberdade. Neste sentido, qualquer tentativa de dizer a uma pessoa pertencente a essas minorias que a sua reação em quebrar os símbolos da igreja é injustificada é uma afirmação leviana e ingênua, que ignora um contexto mundial e milenar de opressão."
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"É claro que devemos ter liberdade religiosa e que as pessoas devem poder fazer seus ritos com liberdade. Mas até que ponto essa “liberdade religiosa” está sendo utilizada para capitalizar a fé das pessoas, e para fazer campanha contra os direitos do povo? Até que ponto essa falsa liberdade religiosa não está sendo utilizada para defender interesses específicos de grupos específicos? Até que ponto essa falsa liberdade religiosa não é meramente um escudo para calar as contestações contundentes a instituições de poder e opressão?"
Leia na íntegra: Quebrar santos: liberdade religiosa e outros elefantes brancos
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